segunda-feira, 3 de novembro de 2014

INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO - BREVE HISTÓRICO


A Informática na Educação, no Brasil, nasceu a partir do interesse de educadores de algumas universidades brasileiras motivados pelo que já vinha acontecendo em outros países como Estados Unidos da América e França.
Em 1971, foi realizado na Universidade Federal de São Carlos um seminário intensivo sobre o uso de computadores no ensino de Física, ministrado por E. Huggins, especialista da Universidade de Dartmouth, Estados Unidos da América (Souza, 1983).
Ainda em 1971, o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras promoveu, no Rio de Janeiro, a Primeira Conferência Nacional de Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino Superior. Durante essa conferência, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo, acoplou, via modem, um terminal no Rio de Janeiro a um computador localizado no campus da Universidade de São Paulo (Souza, 1983). Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1973, o Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde e o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional usou software de simulação no ensino de Química.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ainda em 1973, realizaram-se algumas experiências, usando simulação de fenômenos de Física com alunos de graduação. O Centro de Processamento de Dados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolveu o software SISCAI para avaliação de alunos de pós-graduação em Educação.
Em 1982, o SISCAI foi traduzido para os microcomputadores de 8 bits como CAIMI (CAI para Microcomputadores), funcionando como um sistema CAI (Instrução auxiliada por computador ou o Computer Aided Instruction) e foi utilizado no ensino do 2º grau pelo grupo de pesquisa da Faculdade de Educação, liderado pela professora Lucila Santarosa.
Na Universidade Estadual de Campinas, em 1974, José Armando Valente desenvolveu com um aluno de iniciação cientifica, Marcelo Martelini, um software tipo CAI, implementado em linguagem BASIC, para o ensino de fundamentos de universidades na implantação de programas educacionais baseados no uso da informática. Essa implantação teve inicio com o primeiro e o segundo Seminário Nacional de Informática em Educação, realizados respectivamente na Universidade de Brasília em 1981 e na Universidade Federal da Bahia em 1982 (Seminário Nacional de Informática na Educação 1 e 2, 1982).


Esses seminários estabeleceram um programa de atuação que originou o Projeto EDUCOM e que foi implantado pela Secretaria Especial de Informática e pelo Ministério da Educação, com suporte do CNPq e FINEP, órgãos do Ministério de Ciência e Tecnologia. O Projeto EDUCOM permitiu a formação de pesquisadores das universidades e de profissionais das escolas públicas que possibilitaram a realização de diversas ações iniciadas pelo Ministério da Educação, como realização de Concursos Nacional de Software Educacional (em 1986, 1987 e 1988), a implementação do Curso de Especialização em Informática na Educação (realizados em 1987 e 1989), e implantação nos estados dos Centros de Informática em Educação (iniciado em 1987).
Em 1989, foi implantado na Secretaria Geral do Ministério da Educação o Plano Nacional de Informática Educativa. Esse programa consolidou as diferentes ações que tinham sido desenvolvidas em termos de normas e uma rubrica no Orçamento da União, realizou o Curso de Especialização em Informática na Educação III (Goiânia) e IV (Aracaju) destinados a formar professores das escolas técnicas e implantou os Centros de Informática Educativa nas Escolas Técnicas Federais.
Em 1997, foi criado o Programa Nacional de Informática na Educação, vinculado à Secretaria de Educação a Distância, do Ministério da Educação e sob a coordenação de Cláudio Salles.

Esse programa implantou, até o final de 1998, 119 Núcleos de Tecnologia Educacional em 27 Estados e Distrito Federal, e capacitou, por intermédio de cursos de especialização em informática em educação (360 horas), cerca de 1419 multiplicadores para atuarem nos Núcleos de Tecnologia Educacional. A análise das ações e políticas de informática na educação realizadas no Brasil nos permite afirmar que, inquestionavelmente, temos conhecimento e experiências sobre informática na educação instalados nas diversas instituições do país. 

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